Infelizmente assim segue a camapanha pró-Serra, sem nenhum cuidado com as afirmações feitas. Caso os correligionários de Serra,sejam estes por amor ou por acreditarem na falta de opção, resolvam melhorar o nível da discussão eu agradeço. O apoio consevador cristão a qualquer um dos candidatos, por histórico de ambos, não tem fundamento. O que vemos atualmente não passa de alianças puramente eleitorais, principalmente por parte do Serra, que de repente está do lado da Tradição, Família e Propriedade, e dos Malafaia. Oportunismo total. Não que a outra candidata esteja a salvo de alianças oportunistas, mas como falamos das que ocorrem com cristãos conservadores, calo sobre o resto. Sem contar o clima de terrorismo que dá o tom da campanha de Serra, como resultado destas alianças, que só atrapalha a democracia.
Muito deste terrorismo baseia-se no PNDH-3, do governo Lula. Segundo consta nas acusações que circulam pela rede, Lula e Dilma, palanejam permitir o casamento de homosexuais, aprovar o aborto, reprimir a liberdade religiosa e defender prostitutas. Tirando a repressão a liberdade religiosa, é tudo verdade, basta ler o Programa Nacional de Direitos Humanos 3 para conferir. A mentira está escondida no fato de que o governo FHC/Serra pensava diferente, e que portanto, para “defender a vida”, as “leis da natureza” e as “leis de Deus”, a única opção é votar no candidato do PSDB neste segundo turno. As liderenças que fazem esta pregação agem com inocência ou enganam seus fiéis (espero que seja a primeira opção, mas suspeito que não). Para tirar a dúvida sobre o que falo basta comparar o PNDH-3, do Lula, com o PNDH-2, do FHC. Caso você não seja afeito à este tipo de leitura, ou tenha preguiça mesmo, Carlos Lenz já se deu a este trabalho suas conclusões estão aqui.
Sobre a liberdade religiosa, é um espanto a paranóia que ocupa a cabeça de parte dos cristãos, como se ainda vivessem na Roma Antiga. Não há noticias de indivíduo que tenha sofrido repressão qualquer do Estado, no Brasil recente, dentro de seu lar ou em espaços públicos, por praticar sua religião. Nenhuma igreja foi fechada. Os casos envolvendo prisões de religiosos, todos, devem-se ao desrespeito às leis penais, que são praticamente as mesmas desde 1940, tendo como exemplo o caso dos bispos da Igreja Renascer. Temos sim, casos de intolerância praticados por cristãos contra umbandistas que levaram a propostas de criação de uma delegacia para assuntos religiosos no Rio de Janeiro. Não se justifica a mania de perseguição.
A tática do medo não é novidade no discurso político brasileiro. Foi com medo dos comunistas que a classe média apoiou a ditadura de 64. Com medo da favela muita gente vota em Bolsonaros. Na campanha de 2002, todos lembram, a atriz Regina Duarte fez o terrível papel de pessoa amedrontada com um possível governo de Luís Inácio. Na mesma campanha os “sábios” do mercado anunciaram os perigos do ex-operário chegar ao poder, as bolsas estremeceram, tudo parte das táticas terroristas eleitorais. O que vemos agora é repetição.