Retornei.
Minha idéia era fazer isso com assunto novo, mas o jornal deste domingo não permitiu. Como sempre fui folheando a mídia, lendo o que me interessa e pulando aquilo em que não enxergo relevância. Li sobre a proposta que deve acabar comos vestibulares. Coisa boa, nada mais de jovens no vestíbulo estressante para a educação universitária. Nâo vai acabar com a seleção (a oferta aina é menor que a procura), mas talvez com o sofrimento e, assim espero, libertar o ensino médio da lógica “isso cai no vestibular” que coloca o objetivo de anos de estudo em uma prova que deixará de fora a maioria dos estudantes.
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Seguindo adiante no jornal reencontrei o assunto favela. Dessa vez falava-se sobre remoção. Era uma tentativa de melhorar a imagem que esta atividade tem. Ok, opinião do jornal O Globo. A matéria veio estampada com foto grande mostrando o que seria a favela da Catacumba (Lagoa) caso não houvesse a remoção. “O que seria se não fosse” deveria ser o título do texto escrito por quiromantes e sustentado por estudos de astrológos de instituições famosas. A afirmação é enfática, não há um “se” ou “talvez” escrito, colocando o dito no campo das possibilidades do que não é. No lugar de astrólogos aparecem engenheiros e seus estudos racionais (desde quando é racional afirmar o “se”).
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Anteriormente postei sobre o défcit habitacional do Rio de Janeiro,capital. Obviamente, como a população continuou a crescer e as pessoas querem morar, a expansão das favelas não parou. A remoção “salvou” a paisagem da Lagoa, impedindo a imagem da pobreza nos morros em seu entorno,enquanto o resto da cidade as via cada vez mais presentes. Difícil ignorar sua presença, as favelas estão aí, com ou sem remoção, urbanismo ou qualquer iniciativa estatal já tentada.
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Não entendi ainda onde querem colocar os brasileiros pobres, mas parece que é bem longe e cercados por muros. Não pode ser campo, afinal, assentar pobre em área rural é coisa de MST.
4 comentários:
Verdade, não deve ser mesmo o campo o lugar dos brasileiros sem-terra, sem-teto, sem-comida, sem-escola-de-qualidade e um monte de outras coisas que consideramos importantes. Mas importantes pra quem? O cidadão de bem quer tudo isso e mais (muito mais) para si e seus descendentes. E é por isso que paga os seus impostos acreditando estar fazendo a sua parte. Enquanto isso, ele vende recibos pra escapar ao leão do imposto de renda, inventa despesas, rasura documentos... Do que eu estou falando? Pensamentos são coisas estranhas. Parecem ter vida própria e vão levando a gente pela mão... Mas o ponto é: pra quem essas coisas são importantes? Por que muitos de nós não veem as más intenções por trás de iniciativas como a dos muros ou a da remoção de favelas? Imagino o cidadão de bem lendo a matéria sobre a remoção da favela enquanto sacode afirmativamente a cabeça e pensa: " isso o que deviam fazer com todas elas!" O que ele provavelmente nao considera é o destino das vidas que moram nas favelas, nos subúrbios, ou mesmo na rua. Ele nao pensa e nao sofre. Depois vira pro lado e convida a esposa para um agradável passeio no shopping, pois lembrou-se de comprar os ovos de páscoa dos filhinhos.
Sobre o fim do vestibular, não sei se isso significa o fim do estresse também. Pelo que estava lendo, a prova terá 200 questões de múltipla escolha!
200 é muita coisa! Ainda bem que meu vestibular foi há muito tempo atrás...Rs
Mas, sem brincadeira, acho que se tornará bem mais seletivo do que é hoje em dia. Em suma, acho que o massacre será maior.
Agora acho que sei onde querem colocar os brasileiros pobres: No cemitério.
Talvez cremados ocupem menos espaço.
Esta declarada a guerra civil, em prol, dos que podem inclusive pagar pela sua própria droga juntamenta com impostos.
Seja feita a vossa vontade, que não é nossa.
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