Profissionalismo é, sem dúvida, uma palavra que não pode andar junto de minhas fotografias. Mas gosto pela coisa eu tenho. Principalmete depois da invenção das máquinas fotográficas digitais e do Photoshop consegui melhorar muito na função de gerar magens que podem ser apreciadas, mesmo que eu seja o único apreciador do que faço. A cada incursão que faço podem surgir mais trezentas ou quinhentas fotos em meu HD, das quais eu escolho aquelas tocadas pela sorte para trabalhar. O olhar atento substituo pela quantidade de material e habilidade com editores de imagem.
Há quem diga que fotografia digital matou a arte fotográfica. Fotografar envolvia perícia, olhar acurado, cuidados na escolha do filme e na revelação. Pode ser que seja assim, a tecnologia matando a arte. Mas prefiro lembrar das palavras de Sebastião Salgado, que disse certa vez ser o fotógrafo formado por suas características intelectuais, formação humana. O que passa pela cabeça do fotógrafo na hora do clique define a arte, as escolhas sobre o que e como vai ser mostrado. Dessa forma a arte fotográfica não se resume a questões técnicas e a tecnologia democratizou mesmo a arte, ao contrário de matá-la. Não que todas as fotos, capturadas aos milhares nestes tempos, sejam de fato arte, mas os recursos são infinitamente mais disponíveis. É algo parecido com a dança. Qualquer um pode dançar, mas nem todos são Deborah Colker.
Como historiador acho tudo isto mais interessante ainda. Caso não ocorra nenhum cataclisma que ponha fim ao caminho tecnológico que desenvolvemos, impossibilitando às gerações futuras a observação deste mundo de imagens que produzimos diariamente, teremos referências visuais em quantidade sem precedentes na história humana. Se precisamos de imagens para compor a história do franciscanismo na colônia portuguesa na América esbarramos na pouquíssima quantidade de material disponível. Amanhã, será difícil escolher que material é mais relevante entre os milhares que existem.
Tanto discurso eu fiz simlesmente para postar umas imagens produzidas por mim. Pode ser que vocês, meu público, não gostem e critiquem o fato de eu não ser assim tão bom fotógrafo para expor ao desagrado meus leitores. Mas tive a delicadeza de escrever um texto na intenção de não tornar esta visita uma perda de tempo total.
As fotos que seguem fazem parte de uma mania recente, fotografar dias nublados e com chuva. Nada a ver com sentimento de tristeza ou visão lúgubre da existência (se é que algo existe). Apenas vontade de registrar o mundo em momentos não ensolarados, quando o céu é cinza e o verde fica mais vivo. O cheiro de terra molhada infelizmente não pode acompanhar as imagens, mas lembrem-se dele enquanto olham-nas. A chuva tem sua beleza.
Piratininga, 25/07/2009.
Itacoatiara, 04/08/2009.
Parque da Cidade, 12/06/2009.
Parque da Cidade, 12/06/2009.
Parque da Cidade, 12/06/2009.
Ps. Uma correção é necessária. A primeira foto não é de minha autoria, foi clicada pela Bia, do Ponto-e-vírgula, e está em meu HD.
4 comentários:
Perda de tempo? Não mesmo. Suas fotos estão cada vez melhores e mais expressivas. Só acho que poderia ter colocado mais delas. Que tal?
Mais fotos serão postadas, claro. E felizmente mais pessoas concordaram com você e não perdi leitores rs.
Eu bem que suspeitei que aquela foto fosse 'minha', mas fiquei quieta. Não tinha certeza, rs.
Muita hombridade sua admitir a não autoria. Ah, que papo sem noção, a autoria é dupla, neste caso, a máquina era sua e a ideia da vista tb foi vc que deu. E mais, a autoria é dupla (co-autoria) por um outro aspecto, mas esse eu nao consigo expressar. Confio no seu feeling e no fato de vc ser do reino das palavras pra compensar a minha falta de argumentação... Bjs.
Também amo fotografia, ponho as minhas no meu flickr.
Te passei um selo de blog de ouro... vê no meu depois se voce quiser!
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