sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Pressa


in a hurry, upload feito originalmente por myfear.

Pressa.

Como pular um dia?
Como fazer de sábado um domingo?
Como chegar mais rápido?
Ou fazer que amanhã seja hoje?
Hoje amanhã?
O que for,
Que não seja agora,
Que não seja espera.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Gravilo Princip

Ferdinando e esposa em Sarajevo.

Um acaso desses que acontecem por aí. Em 1914, o príncipe do império Austro-Húngaro Francisco Ferdinando esteve na Bósnia, inspecionando um exercício militar das tropas austríacas.

Estava tudo planejado. Ferdinando seria interceptado em seu caminho para uma solenidade na prefeitura de Sarajevo por uma granada que poria fim a sua vida. Após o atentado, os terroristas sérvios cometeriam suicídio. Por sorte momentânea do príncipe a granada atirada errou o alvo, explodiu no caminhão de soldados que o seguia. O herdeiro do trono austríaco tratou de correr para prefeitura, não muito satisfeito com a hospitalidade sérvia. No caminho de volta visitou os soldados feridos hospitalizados.

Princip e Cabrinovic

Terrorista azarado, Nedjelko Cabrinovic, lançou sua granada. Errou o alvo e fugiu. Ainda em fuga, tentou seguir o plano, engoliu cápsula de cianureto que carregava e foi preso. Vivo ainda, percebeu que o veneno também falhara.

No caminho de volta, o motorista de Ferdinando seguia o caminho estabelecido quando de repente foi avisado sobre uma mudança na rota. Era tarde demais, o desvio já estava para trás. Pegou caminho alternativo para chegar ao novo trajeto. O carro enguiçou e a sorte mudou de lado.

Prisão de Gravilo Princip

Companheiro de Cabrinovic, Gravilo Princip retirou-se da cena do ataque frustrado. Parou para tomar um café e a sorte foi o que encontrou. Ao sair da cafeteria o que viu foi um carro enguiçado, nele estavam Ferdinando e esposa. Dois tiros disparados, duas mortes. Bem treinado, Gravilo apontou sua arma para a própria cabeça. Antes que efetuasse o disparo foi impedido por um transeunte qualquer. Por ser transitória, a sorte partiu e rapidamente Princip estava dominado. Preso, morreu em 1918, aos vinte e quatro anos acometido por tuberculose.

Para o mundo começava a Primeira Guerra Mundial.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Auto-conhecimento

eu

Passei a me ver de forma diferente. Me conheço mais agora que pude me ver por dentro, e compartilho isso com vocês.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Fotografia

Profissionalismo é, sem dúvida, uma palavra que não pode andar junto de minhas fotografias. Mas gosto pela coisa eu tenho. Principalmete depois da invenção das máquinas fotográficas digitais e do Photoshop consegui melhorar muito na função de gerar magens que podem ser apreciadas, mesmo que eu seja o único apreciador do que faço. A cada incursão que faço podem surgir mais trezentas ou quinhentas fotos em meu HD, das quais eu escolho aquelas tocadas pela sorte para trabalhar. O olhar atento substituo pela quantidade de material e habilidade com editores de imagem.

Há quem diga que fotografia digital matou a arte fotográfica. Fotografar envolvia perícia, olhar acurado, cuidados na escolha do filme e na revelação. Pode ser que seja assim, a tecnologia matando a arte. Mas prefiro lembrar das palavras de Sebastião Salgado, que disse certa vez ser o fotógrafo formado por suas características intelectuais, formação humana. O que passa pela cabeça do fotógrafo na hora do clique define a arte, as escolhas sobre o que e como vai ser mostrado. Dessa forma a arte fotográfica não se resume a questões técnicas e a tecnologia democratizou mesmo a arte, ao contrário de matá-la. Não que todas as fotos, capturadas aos milhares nestes tempos, sejam de fato arte, mas os recursos são infinitamente mais disponíveis. É algo parecido com a dança. Qualquer um pode dançar, mas nem todos são Deborah Colker.

Como historiador acho tudo isto mais interessante ainda. Caso não ocorra nenhum cataclisma que ponha fim ao caminho tecnológico que desenvolvemos, impossibilitando às gerações futuras a observação deste mundo de imagens que produzimos diariamente, teremos referências visuais em quantidade sem precedentes na história humana. Se precisamos de imagens para compor a história do franciscanismo na colônia portuguesa na América esbarramos na pouquíssima quantidade de material disponível. Amanhã, será difícil escolher que material é mais relevante entre os milhares que existem.

Tanto discurso eu fiz simlesmente para postar umas imagens produzidas por mim. Pode ser que vocês, meu público, não gostem e critiquem o fato de eu não ser assim tão bom fotógrafo para expor ao desagrado meus leitores. Mas tive a delicadeza de escrever um texto na intenção de não tornar esta visita uma perda de tempo total.

As fotos que seguem fazem parte de uma mania recente, fotografar dias nublados e com chuva. Nada a ver com sentimento de tristeza ou visão lúgubre da existência (se é que algo existe). Apenas vontade de registrar o mundo em momentos não ensolarados, quando o céu é cinza e o verde fica mais vivo. O cheiro de terra molhada infelizmente não pode acompanhar as imagens, mas lembrem-se dele enquanto olham-nas. A chuva tem sua beleza.

P1050362

Piratininga, 25/07/2009.

SNC00055

Itacoatiara, 04/08/2009.

P1040783

Parque da Cidade, 12/06/2009.

P1040791 copy01

Parque da Cidade, 12/06/2009.

SNC00029 copy01

Parque da Cidade, 12/06/2009.

Ps. Uma correção é necessária. A primeira foto não é de minha autoria, foi clicada pela Bia, do Ponto-e-vírgula, e está em meu HD.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Divina comédia

Paraíso

Após toda a caminhada pelo inferno e os martírios do purgatório Dante chegou ao paraíso. Conheceu aqueles que, em paz, vivem a eternidade, depois de passar a paz do mundo efêmero. Pensou que um dia, talvez, possa parar neste lugar. Porém, logo em seguida, recriminou-se pela presunção e este lugar com certesa ainda não era o seu. Mas isto não o incomodou, como nada mais podia faze-lo neste mundo. Toda a disposição de enfrentamento estava ausente, por desnecessária que era. Neste estado Dante continuou a seguir sua guia am direção ao próximo círculo.

domingo, 2 de agosto de 2009

Re: O que eu queria te dizer

caminhos

é que eu entendo. Que a paz voltou ao meu reino.

Quando tudo recomeçou, falei, sabendo de toda solidão que poderia me causar, que este era o melhor caminho. Era a minha crença, e ainda é, independente do custo que tenha. Aceito com paz esta distância, por você. Vejo, neste momento, uma das possibilidades de paradoxo já citadas anteriormente. Mas vejo com bons olhos, independente do que isso possa significar nas possibilidades de nos encontrarmos futuramente. Acredito na mudança, sempre acreditei. De certo modo, sempre torci por ela. Não te aprisiono em ressentimento algum. Este seria o erro, todo o resto é legítimo como caminho escolhido. E este caminho, nossa distância, sendo outro, já me alegra pelo simples fato de ver que você não está presa à identidades imutáveis que deixam o mundo sem graça. Aprecio mesmo este momento.

Quero também dizer que, por um momento, não soube lidar com algumas coisas ditas. Reação imediata, resultado de apreciação enevoada da situação. Em resposta, o que pude dizer não foi mais que precipitação insensata. O tempo trouxe a paz e o exclarecimento das idéias, hoje, desdigo o que disse.

Como do futuro não sei, deixo as portas abertas.

Sei que neste momento tenho um texto em espaço público, mas que para o público ficará cheio de buracos na rede de significados. Mesmo assim, publico esta resposta esperando que não tenha te perdido como leitora. Nesta esperança, expresso abaixo estas idéias em versos (mal feitos, mas sinceros). Ainda que nenhuma palavra alcance o mundo, eu sei, ainda sim, escrevo.

O que eu queria dizer

É que eu entendo.

Que eu concordo,

Não carrego disgosto,

Gosto amargo ou dissabor.

Carrego lembranças,

Bons momentos.

É que o futuro não sei,

Nem quero saber.

Se der eu chego lá.

Se te encontrar vou sorrir.

Se você sorrir eu me contento,

Mesmo que distante.

É que não há razão em haver

Desafeto ou mágoa.

Deixo as coisas passarem,

Não seguro, não prendo.

É que acredito.

Que as portas ficam abertas

E por elas podemos passar.

Basta um passo para as mais próximas.

Para as distantes, uma caminhada.

É que eu entendo e te apóio.


Encerro minhas palavras sobre este assunto achando que agora podemos ficar em paz.