quarta-feira, 16 de junho de 2010

Nações e Estados.

Em maio de 2010 a marinha israelense interceptou um comboio de ajuda humanitária que seguia para a faixa de Gaza. Na operação nove militantes foram mortos e outros 20 ficaram feridos. A disputa pela faixa de Gaza entre israelenses e palestinos, ao longo do século XX, agravou-se com a criação do Estado de Israel. Os judeus não tinham um Estado próprio até 1948, quando a Inglaterra cumpriu sua promessa de criar um “lar nacional” para os judeus. Os palestinos, sem apoio, até mesmo dos outros povos Árabes, permanecem até hoje sem um Estado próprio, vendo o espaço que ocupam diminuir cada vez mais devido à criação de assentamentos judeus em seu território. Hoje, o Estado do povo judeu (Israel) ocupa quase 80% do território da antiga palestina.

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Como conseqüência desta disputa territorial o oriente médio vive um conflito com ações terroristas praticadas por palestinos, enquanto as forças armadas de Israel fazem investidas contra estes. Com a argumentação de proteger os assentamentos israelenses, um muro está sendo construído pelo Estado Judeu na Cisjordânia, território palestino cercado pelas fronteiras de Israel. Ao final da construção, o muro terá 721 Km e tomará para Israel cerca de 10% das terras da Cisjordânia.

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No dia 15 de junho de 2010 o governo britânico pediu desculpas à Irlanda pelos atos cometidos no Domingo Sangrento. A ilha passou ao domínio britânico no século XII, quando estes expulsaram povos nórdicos escandinavos que a haviam invadido. A partir do século XII os conflitos começaram a surgir, tendo cristãos e protestantes como atores. Mesmo após o estabelecimento do Estado Irlandês, em 1921, os problemas continuaram, envolvendo a parte da ilha que permanecera sob controle britânico. Cristãos e protestantes praticaram atos de violência, uns contra os outros, na Irlanda do Norte, envolvendo até o apedrejamento de ônibus escolares. O IRA (Exército Republicano Irlandês), responsável por muitos dos atentados terroristas praticados, anunciou o seu fim em 2002.

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As questões envolvendo Estados e nações são atravessadas por conflitos de interesses já que nem todas as nações conseguiram alcançar seus próprios países desde que surgiram os primeiros Estados-nação.

O termo nação é costumeiramente utilizado, até mesmo em referência a torcedores de um mesmo time (“nação” rubro-negra). Esta utilização não foge totalmente à noção de nação, pois esta é composta por indivíduos que compartilham um grupo de características, ou que nisso acreditam. Elementos como a língua, religião, história, moeda e outras peculiaridades culturais são fundamentais na formação destas identidades.

Muitas nações constituíram suas organizações político/administrativas, soberanas, com o objetivo de cuidar de seus interesses. A estas organizações chamamos Estado e elas tem sues limites de atuação dentro de fronteiras formando países. Dessa forma, nação, Estado e país são intimamente ligados, porém diferentes.

Os Estados-nação começaram a surgir no princípio da Idade moderna, com o surgimento dos reinos de Portugal e Espanha. Durante a União Ibérica (1580-1640) o sentimento de povo português já estava presente, ficando mais claro no Levante de Évora em 1637, quando questionaram os reis espanhóis. Mesmo antes, em 1572, o povo português já é citado por Camões em “Os Lusíadas”. A própria existência de uma língua vernácula, usada nos versos do poeta, já era um sinal. Inglaterra e França vieram depois. Já outros Estados só surgiram no século XIX, como são os casos da Itália e da Alemanha.

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A formação destes Estados-nação acompanhou os processos de centralização política ocorridos na Idade Moderna, contrapondo-se ao período medieval. Primeiramente eram dirigidos por monarcas absolutistas que impunham moedas únicas e união aduaneira dentro de seus reinos. Tais medidas estimulavam o comércio, facilitando a circulação de mercadorias.

Em 1787 começaram a ocorrer mudanças na forma dos Estados com a criação do primeiro Estado constitucionalista nos EUA. Um conjunto de leis formava as regras básicas, elementares, que davam forma ao Estado, e quais os limites deste. A França passou a ter sua constituição em 1791 e desde então vários países seguiram este modelo. Os brasileiros tiveram seu Estado constitucional dois anos depois da independência, em 1824.

Mais algumas informações sobre a questão Israel/Palestina no Diplomassinha.

Bibliografia:

ALEXANDRINO, Marcelo. Direito constitucional descomplicado. Rio de Janeiro: Impetus, 2008.

BRENER, Jaime. Ferida aberta: O oriente médio e a nova ordem mundial. São Paulo: Atual, 1993.

HOBSBAWN, Eric J. Era dos extremos: O breve século XX, 1914/1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

IBGE Países. http://www.ibge.gov.br/paisesat/

SCHWARTZ, Stuart B.. Prata, açúcar e escravos: de como o império restaurou Portugal. Tempo [online]. 2008, vol.12, n.24, pp. 201-223.

Um comentário:

Unknown disse...

Hum, blog de cara nova! Gostei! ;p