quinta-feira, 2 de abril de 2009

Ainda os muros

condominio

Comuns em cidades medievais, os muros protegiam moradores contra ameaças externas em um mundo em que a violência era grande. Guardavam pessoas em quantidades de 5 a dez mil, com algumas exceções, no espaço de algum senhor.

Comuns em cidades contemporâneas, os muros protegem os espaços privados contra ameaças externas e olhares curiosos. Guardam quantidades imensas de pessoas, as vezes mais de um milhão, e colocam limites ao que é público.

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Niterói é uma cidade atípica em seu estado e no Brasil. Está entre as melhores qualidades de vida do país e possui parte considerável de sua população enquadrada no que chamamos de classe média.

Como em muitas cidades, os muros estão presentes. Nem sempre separam o privado do público. Construídos ao redor de casas, sim, mas também feitos cercando quarteirões, ruas e tudo o mais que estiver dentro de seu perímetro. São condomínios tranformando em privado o que é do público, impedindo o acesso à ruas e praças. Apropriação indébita em nome da segurança de quem pode pagar por terra.

O público tem preço. Depois de anos de ocupação, os condomínios receberam proposta para comprar o que foi ocupado. Ao que parece a atual administração não tocou mais no assunto e também esqueceu do que foi tomado ao povo. O Ministério Público lembra.

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